A situação em Moçambique permanece bastante tensa e complicada em vários níveis, além das questões eleitorais. A contestação aos resultados das eleições presidenciais de outubro de 2024 continua em destaque, com denúncias de fraude eleitoral e ações violentas contra figuras da oposição. Venâncio Mondlane, um dos principais líderes da oposição, permanece na linha de frente da resistência, acusando o governo e as Forças de Defesa e Segurança de estarem envolvidas em atos de violência e intimidação contra seus apoiadores. Isso inclui o assassinato de seu advogado e mandatário de campanha, o que gerou reações tanto no país quanto internacionalmente.
Enquanto isso, a crise no norte de Moçambique, especialmente na província de Cabo Delgado, continua a devastar a região. Apesar dos esforços do governo em conter a insurgência, a situação humanitária permanece crítica, com milhares de deslocados e contínuos ataques de grupos armados. A insegurança na região afeta profundamente a economia local e aumenta as dificuldades para a população que vive em áreas afetadas pelo conflito.
A economia moçambicana também enfrenta desafios relacionados à inflação e à insegurança alimentar, seguindo uma tendência global impulsionada pelo aumento dos preços de alimentos e pela crise energética. A dependência do país de importações torna-o vulnerável às flutuações dos preços globais e à instabilidade geopolítica.
Diante deste cenário, o futuro político de Moçambique parece incerto, com manifestações planejadas e um ambiente de polarização crescente.