BEIRA — O candidato presidencial, Venâncio Mondlane, reafirmou nesta quinta-feira, 17 de outubro, que haverá uma greve de paralisação geral, tanto de atividades públicas quanto privadas, na próxima segunda-feira. O objetivo da greve é contestar os resultados preliminares das eleições gerais e legislativas, que foram divulgados pelas Comissões Provinciais e apontam a vitória de Daniel Chapo, candidato da Frelimo, e do seu partido.
"Estamos a reafirmar, com toda a clareza e convicção, que na segunda-feira todo o país deve parar. Será uma greve pacífica, sem destruição de bens públicos ou privados. O foco é a paralisação das atividades econômicas. Não se trata de uma manifestação para atacar instituições. Se isso acontecer, estará fora do que pretendemos", declarou Mondlane.
Ele reiterou essa posição durante uma visita à cidade da Beira, uma das mais importantes em termos políticos no país. Essa visita ocorreu após a sua passagem pela cidade de Nampula, no norte de Moçambique, onde confrontos entre seus apoiantes e a polícia marcaram uma marcha por ele liderada.
O objetivo da visita era se reunir com a comissão política do partido Podemos, que apoia sua candidatura. A polícia organizou uma operação de segurança, destacando um grande contingente em várias ruas da capital provincial de Sofala e em áreas de maior concentração populacional para prevenir qualquer tentativa de marcha.
Desde a chegada de Mondlane no Aeroporto Internacional da Beira, ele foi escoltado pela polícia até a sede do partido, no centro da cidade. Os agentes permaneceram nas proximidades até o término da reunião com a comissão política. A segurança policial também foi visível no hotel onde o candidato estava hospedado.
Mondlane criticou a mobilização desse grande número de policiais, considerando-a desnecessária, uma vez que a cidade enfrenta problemas mais graves.
"Não faz sentido mobilizar todas as unidades policiais por causa da presença de uma única pessoa. É ridículo, especialmente em um momento em que a Beira enfrenta crimes como sequestros, violações de mulheres e tráfico de órgãos", afirmou.
Ele esclareceu que a visita também tinha como objetivo motivar os membros do partido diante dos resultados eleitorais, que, segundo ele, não refletem a verdadeira vontade dos eleitores. Mondlane mencionou ainda que estão recolhendo editais de 25 mil mesas de votação para apoiar o processo de contestação dos resultados divulgados, que será submetido ao Conselho Constitucional.