Diálogo em Moçambique não pode ser só sobre eleições
O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, tomou novas iniciativas para enfrentar a crise política que surgiu após as eleições gerais realizadas em 9 de outubro. Nyusi convocou os quatro candidatos presidenciais — Lutero Simango, Daniel Chapo, Venâncio Mondlane e Ossufo Momade — para uma reunião marcada para hoje, às 16 horas, no seu gabinete de trabalho, em Maputo. O objetivo do encontro é discutir formas de devolver estabilidade e paz ao país.
A iniciativa surge em resposta a crescentes apelos de diversos setores da sociedade, incluindo a plataforma cívica Manifesto do Cidadão e grupos de académicos, que pedem soluções urgentes para a crise.
Na véspera do encontro com os candidatos, o Presidente reuniu-se na segunda-feira (25.11) com um grupo de académicos moçambicanos. Durante a reunião, foram abordados temas relacionados à justiça eleitoral, à separação de poderes e a outras questões críticas para o país.
Tomás Timbane, porta-voz da plataforma Manifesto do Cidadão, destacou a importância do diálogo para encontrar soluções que atendam às preocupações da sociedade. "Enquanto moçambicanos, estamos preocupados com o momento que o país atravessa. Um dos pontos do nosso manifesto é justamente discutir sobre a justiça eleitoral, sobre a separação de poderes e sobre uma diversidade de temas que preocupam a nossa sociedade", afirmou Timbane.
A crise pós-eleitoral tem gerado tensão em Moçambique, e as iniciativas de diálogo são vistas como um passo fundamental para a construção de um consenso nacional.
Fonte: DW