Ministério do Interior de Moçambique Acusa Financiamento Externo em Protestos Violentos
O Ministério do Interior de Moçambique emitiu um comunicado nesta semana acusando determinadas organizações da sociedade civil e indivíduos, incluindo estrangeiros, de financiarem manifestações que visam criar "caos generalizado" e subverter a ordem constitucional no país.
Segundo o documento, as manifestações, lideradas pelo candidato presidencial Venâncio António Bila Mondlane e pelo partido PODEMOS, teriam o apoio financeiro de entidades de má-fé, tanto nacionais quanto internacionais. Essas ações, de acordo com as autoridades, estariam sendo usadas para desestabilizar a ordem pública.
“As Forças de Defesa e Segurança reconhecem o direito de manifestação e outros direitos fundamentais consagrados na Constituição da República, mas enfatizam que esses direitos devem ser exercidos dentro dos limites da lei, com respeito ao civismo e aos símbolos nacionais,” destaca o comunicado.
O ministério ainda apelou aos cidadãos para não aderirem a manifestações violentas e reforçou o pedido aos estrangeiros que residem no país para evitarem qualquer envolvimento em atos que possam ser interpretados como interferência nos assuntos internos do Estado moçambicano.
Os protestos em Moçambique, que resultaram em cerca de 70 mortos e mais de 200 feridos em confrontos com a polícia em um mês, foram motivados pela contestação de Venâncio Mondlane à vitória de Daniel Chapo nas eleições presidenciais e ao domínio da FRELIMO nas legislativas. Segundo a Comissão Nacional de Eleições (CNE), o partido no poder obteve 70,67% dos votos e ampliou sua maioria absoluta.
O governo moçambicano reiterou o apelo por calma, respeito às normas constitucionais e diálogo para resolver os conflitos.
Fonte: DW