Ossufo Momade aceita reunião proposta por Filipe Nyusi, mas com condição de incluir todos os candidatos presidenciais
O líder da RENAMO, Ossufo Momade, confirmou a aceitação do convite do Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, para uma reunião sobre a situação pós-eleitoral. No entanto, Momade impôs uma condição: a participação de todos os quatro candidatos que concorreram nas eleições gerais de 9 de outubro.
Marcial Macome, porta-voz da RENAMO, destacou que a presença de todos os candidatos é fundamental para a legitimidade do encontro. “Este encontro só faz sentido na presença de todos os candidatos”, afirmou após uma reunião da comissão política do partido realizada em Maputo. Ele também mencionou que, por razões de segurança, a participação remota de algum candidato poderia ser considerada.
Venâncio Mondlane, candidato pelo partido PODEMOS, já manifestou concordância com a reunião, mas insiste em que ela ocorra de forma virtual. Mondlane contesta os resultados eleitorais, que atribuíram a vitória a Daniel Chapo, apoiado pela FRELIMO, com 70,67% dos votos. Ele defende que o encontro inclua observadores independentes, como as Nações Unidas e a União Africana, e seja ampliado para envolver membros da sociedade civil.
Lutero Simango, líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), também confirmou sua participação, desde que todos os candidatos estejam presentes. Simango exige a anulação das eleições e a realização de um novo pleito, argumentando que o processo não foi transparente.
A posição de Daniel Chapo, candidato apoiado pela FRELIMO, ainda não foi oficialmente anunciada.
A reunião está prevista para terça-feira, 26 de novembro, no gabinete de Filipe Nyusi, em Maputo. A RENAMO levará à discussão temas como a anulação das eleições, que, segundo o partido, foram marcadas por irregularidades. Além disso, pretende exigir o reconhecimento de que o processo não foi livre, justo ou transparente.
Venâncio Mondlane propôs ainda 20 pontos para a agenda, incluindo a reposição da verdade eleitoral e a criação de um governo de gestão. O candidato do PODEMOS rejeita diálogos “à porta fechada” e enfatiza a necessidade de um formato inclusivo e transparente.
Enquanto o país vive um clima de manifestações e instabilidade, a expectativa sobre os desdobramentos do encontro cresce, destacando a importância de um diálogo nacional para superar as tensões pós-eleitorais.
Fonte: DW