Transportadores sul-africanos pedem intervenção de Ramaphosa na crise pós-eleitoral em Moçambique
12 de dezembro de 2024 - Por José Caetano
A Road Freight Association, maior entidade representativa do setor de transporte de carga da África do Sul, solicitou ao presidente Cyril Ramaphosa que atue como mediador na crise pós-eleitoral em Moçambique. Segundo a associação, a instabilidade tem causado impactos significativos não apenas na economia moçambicana e sul-africana, mas em toda a região da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
A organização defende que a SADC desempenhe um papel decisivo para encerrar os protestos violentos que estão a abalar o país. “A situação em Moçambique não afeta apenas o país e a África do Sul, mas também o Zimbábue, Zâmbia e Maláui, que dependem dos portos moçambicanos para exportação e importação. Isso prejudica o continente como um competidor global e compromete a estabilidade da África,” afirmou Gavin Kelly, presidente da associação, em declarações à Rádio Moçambique.
Kelly também destacou os prejuízos diários causados pelo fechamento da fronteira de Lebombo, estimados em 10 milhões de rands. Entre os setores mais afetados estão o turismo, a agricultura e os serviços, que dependem do transporte de mercadorias.
Para contornar a situação, as autoridades sul-africanas recomendaram, nesta terça-feira, que os viajantes com destino a Moçambique utilizem o posto fronteiriço de Mananga, localizado no vizinho Eswatini.
A crise continua a exigir atenção urgente, com apelos crescentes para uma solução negociada e pacífica que restaure a normalidade na região.