CORTES NA AJUDA HUMANITÁRIA AMEAÇAM DESLOCADOS EM CABO DELGADO
O chefe adjunto do escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) em Moçambique, Bony Mpaka, alertou que anos de conflito tornaram muitas famílias da região vulneráveis socioeconomicamente.
Segundo Mpaka, a organização está reconsiderando os fundos disponíveis, mas garantiu que, apesar dos recursos limitados, OCHA e seus parceiros continuarão a prestar apoio ao povo moçambicano, ao Governo e às lideranças locais. "Mesmo com a limitação dos fundos, possamos continuar a salvar a vida dos mais vulneráveis", afirmou.
Os Estados Unidos financiaram cerca de 47% do apelo humanitário global no ano passado. No entanto, o activista social Manuel Nota destacou que a redução da ajuda externa pode gerar caos entre as famílias deslocadas, que dependem dessas doações para sobreviver. Ele considera, porém, que a medida pode ser um “mal necessário” para que o país aprenda a ser autossuficiente.
Cabo Delgado enfrenta há sete anos um severo conflito, com ataques reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico. A violência já provocou mais de 1,3 milhões de deslocados internos, a maioria mulheres e crianças.