EMPRESAS NÃO VOLTARÃO A ABRIR APÓS MANIFESTAÇÕES, ALERTA CTA
MAPUTO, 10 DE FEVEREIRO DE 2025 – A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) alertou que várias empresas não terão capacidade de retomar as suas atividades após os protestos pós-eleitorais, devido à falta de recursos financeiros para a recuperação.
A informação foi revelada nesta segunda-feira, após um encontro entre o setor privado e o Ministério da Economia, onde foram discutidas soluções para minimizar os impactos da crise.
LEVANTAMENTO DOS PREJUÍZOS ESTÁ EM CURSO
Segundo Paulo Oliveira, porta-voz da CTA, ainda está em andamento um estudo detalhado sobre os danos causados, mas já há previsões preocupantes.
"Estamos a fazer o estudo, neste momento, até em conjunto com o Ministério da Economia, para avaliar o valor da destruição. Mas, claramente, há muitas centenas de empresas que não vão voltar a abrir. Algumas por falta de capacidade, outras por falta de moeda para requalificação e outras, simplesmente, por destino", afirmou Oliveira.
MEDIDAS DE RECUPERAÇÃO ECONÓMICA
Para recuperar a economia, os empresários apresentaram ao Governo várias propostas, incluindo:
- Alívio fiscal – Pedidos de adiamento e flexibilização de impostos para as empresas afetadas.
- Investimento em infraestruturas – Defesa da requalificação da Estrada Nacional Número Um (EN1), considerada essencial para o transporte de mercadorias no país.
- Revisão de taxas e portagens – Busca por modelos mais sustentáveis e acessíveis aos utilizadores, incluindo combustíveis e pedágios.
GOVERNO GARANTE CONTINUIDADE DO DIÁLOGO
O Ministério da Economia assegurou que continuará a manter encontros regulares com o setor privado para encontrar soluções viáveis.
"É um mecanismo que pretendemos consolidar, centrado numa análise pragmática sobre medidas de curto e médio prazo. O foco é a recuperação da economia, especialmente nas áreas mais afetadas, como a cidade e província de Maputo", afirmou Claire Zimba, porta-voz do Ministério.
A reunião contou com a participação de 30 empresários, reforçando a necessidade de um esforço conjunto entre o setor privado e o Governo para enfrentar os desafios econômicos pós-protestos.