FALTA DE DIÁLOGO POLÍTICO PODE AGRAVAR CRISE EM MOÇAMBIQUE, ALERTA ONG
O Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD) criticou a falta de progresso na promoção de um diálogo político por parte do Presidente da República, Daniel Chapo, que completou 30 dias no cargo. Segundo a organização, a ausência de diálogo pode agravar a crise política e social que Moçambique enfrenta atualmente.
O CDD destacou que o diálogo sempre desempenhou um papel crucial na resolução de conflitos em Moçambique, mas, até o momento, não há sinais concretos de iniciativas nessa direção. A organização defende que a inclusão de Venâncio Mondlane, ex-candidato presidencial e líder dos protestos que antecederam a crise, é fundamental para alcançar resultados significativos.
A ONG sugere que o diálogo inclua não apenas Venâncio Mondlane, mas também representantes da sociedade civil, membros da academia e líderes religiosos. Para o CDD, a exclusão desses grupos pode limitar o alcance e a eficácia das negociações, uma vez que suas demandas refletem as preocupações da população.
O CDD lembrou ainda que, no ano passado, a tentativa de diálogo entre o então Presidente Filipe Nyusi e os principais líderes da oposição falhou precisamente pela ausência de Mondlane. O modelo atual de negociação, mantido por Daniel Chapo, inclui o líder da Nova Democracia, mas continua a excluir Mondlane, o que, segundo a ONG, compromete os resultados desejados.
Apesar dos esforços de Chapo para dar continuidade ao formato de diálogo estabelecido por Nyusi, o CDD observa que as manifestações populares continuam, embora em menor escala. Para a organização, isso demonstra que o atual modelo não atende às expectativas do povo.
O CDD apela para um diálogo mais inclusivo, afirmando que apenas uma abordagem abrangente poderá contribuir para a paz e a estabilidade em Moçambique. Sem essa mudança de estratégia, a crise no país pode se agravar ainda mais, alerta a ONG.
