O Governo de Moçambique reconhece o impacto da suspensão do financiamento dos Estados Unidos para diversos programas de saúde, mas assegura que já iniciou negociações com as autoridades norte-americanas para reverter ou atenuar os efeitos da medida.
“A decisão dos Estados Unidos (…) afeta Moçambique, uma vez que esse apoio é crucial para a continuidade de programas estratégicos e prioritários”, declarou o porta-voz do Governo, Inocêncio Impissa, referindo-se a áreas como tuberculose, HIV/SIDA, planeamento familiar e fortalecimento da cadeia de abastecimento de medicamentos.
Impissa destacou que a retirada abrupta desse financiamento compromete, em certa medida, a eficiência da implementação dos programas de saúde, refletindo-se também na disponibilidade de profissionais no setor. Ele lembrou que o país tem apenas 18,5 profissionais de saúde para cada 10 mil habitantes, muito abaixo da recomendação da Organização Mundial da Saúde, que estabelece um rácio de 45 para o mesmo número de pessoas.
“Estamos ainda longe dessa meta, e com esta suspensão imposta pelos EUA, o desafio torna-se ainda maior”, alertou.
A interrupção do apoio financeiro dos EUA afetará a aquisição e distribuição de medicamentos essenciais nas unidades de saúde, incluindo aqueles destinados ao tratamento do HIV/SIDA e ao planeamento familiar.
Para minimizar os impactos, o Governo moçambicano já abriu um diálogo com os representantes norte-americanos e está a avaliar alternativas para garantir a continuidade dos serviços. O Executivo apela ainda à população para manter a calma enquanto procura soluções para a situação.