NUVUNGA ACUSA FRELIMO DE MANCHAR LEGADO DE AZAGAIA E DEFENDE AÇÃO JUDICIAL
O diretor-geral do Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD), Adriano Nuvunga, acusou o partido Frelimo e o Governo de tentarem manchar a imagem de Edson “Azagaia” da Luz, icónico rapper de intervenção social em Moçambique.
A polémica gira em torno de um texto presente no livro de Língua Portuguesa da oitava classe, usado desde 2020, que aborda um episódio em que Azagaia foi detido em 2011, após a polícia ter encontrado uma pequena quantidade de canábis sativa na viatura em que seguia com Miguel Sherba, seu amigo e produtor. O texto é utilizado para ensinar sobre elementos de um texto noticioso, aparecendo na página 111 do livro.
Adriano Nuvunga considera que a escolha desse episódio específico tem como objetivo depreciar a imagem de Azagaia, que era visto como defensor dos direitos humanos. “O texto foi escrito com intenção maliciosa, patrocinado pelo regime da Frelimo, visando ensinar às crianças uma visão negativa sobre os defensores de direitos humanos”, afirmou Nuvunga.
O ativista defende que a situação deve ser levada ao tribunal para restaurar a dignidade do músico, cujo legado continua a ser alvo de controvérsia mesmo após sua morte. Nuvunga destacou ainda a postura da televisão pública na época, que deu grande destaque à detenção de Azagaia, mas ignorou sua libertação e evitou mencionar suas críticas ao sistema político.