PODEMOS ROMPE COM VENÂNCIO MONDLANE E O ACUSA DE EXTREMISMO
Partido encerra apoio ao ex-candidato presidencial e o proíbe de usar seus símbolos
O Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS) anunciou a separação definitiva de Venâncio Mondlane, alegando violação da cláusula de confidencialidade do Acordo Colegiado da Manhiça, assinado em agosto de 2024. A decisão foi tomada em reunião do Conselho Político realizada nesta terça-feira (19).
O PODEMOS havia apoiado a candidatura de Mondlane nas eleições gerais de 9 de outubro de 2024, após a Comissão Eleitoral Nacional rejeitar a candidatura da Coalizão Aliança Democrática. No entanto, agora o partido rompe relações e o acusa de adotar uma "estratégia populista", promover desobediência civil e agir de forma "extremista".
Apesar da ruptura, o PODEMOS reconhece que sua ascensão à liderança da oposição no parlamento se deve ao apoio recebido de Mondlane. O partido, que conquistou 43 assentos na Assembleia da República, declarou que considera encerrado qualquer vínculo político com o ex-candidato.
MONDLANE REAGE E PROMETE NOVO PARTIDO
Em resposta, Venâncio Mondlane criticou a postura do PODEMOS, acusando-o de "traição" por priorizar a ocupação das cadeiras parlamentares em vez de continuar a luta para restaurar a "verdade eleitoral e a justiça para aqueles que perderam suas vidas durante os protestos".
Ele já anunciou a criação de um novo partido, mas, com a decisão do PODEMOS, está proibido de usar os símbolos da sigla.
O PODEMOS, por sua vez, endureceu as críticas e afirmou que Mondlane incita a violência, promove informações falsas na mídia e "orienta os jovens a matar aqueles que igualmente matam outros".
A separação promete reconfigurar o cenário político da oposição em Moçambique, com desdobramentos que podem impactar o futuro da luta política no país.