PROFESSORES DENUNCIAM PERSEGUIÇÃO E INTIMIDAÇÃO EM MOÇAMBIQUE, AFIRMA ANAPRO

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PROFESSORES DENUNCIAM PERSEGUIÇÃO E INTIMIDAÇÃO EM MOÇAMBIQUE, AFIRMA ANAPRO

A Associação Nacional dos Professores (ANAPRO) revelou, nesta quinta-feira (13 de fevereiro), que professores em Moçambique estão a enfrentar perseguições, exclusão de benefícios institucionais e transferências forçadas para regiões remotas. Segundo a organização, essas ações são direcionadas a docentes que se recusam a participar em esquemas de corrupção ou que exercem os seus direitos civis e políticos.

Um dos casos mais marcantes ocorreu após as eleições autárquicas de 2024, quando sete professores filiados à Renamo foram transferidos para zonas rurais de Vilankulo, em Inhambane, como retaliação pela sua participação na campanha eleitoral que resultou na vitória do partido naquela região.

A ANAPRO considera que essas práticas violam direitos humanos e limitam a liberdade de expressão num cenário de crescente repressão contra profissionais da educação.

A perseguição não é apenas política; professores que denunciam corrupção, ordens ilegais ou más condições de trabalho enfrentam retaliações graves, como a retirada de benefícios institucionais, acusações infundadas e transferências para locais distantes das suas residências.

A ANAPRO alerta que essas táticas de intimidação estão a tornar-se frequentes e organizadas, afetando a qualidade da educação e a estabilidade emocional e financeira dos professores.

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Além das medidas administrativas, há relatos de violência extrema. No dia 2 de dezembro de 2023, Etelvino Manuel Benedito, professor na Escola Primária de Muedamanga, em Mocuba, província da Zambézia, foi assassinado após denunciar descontos salariais ilícitos. O caso permanece sem solução, intensificando o clima de medo entre os docentes.

A ANAPRO exige o fim imediato das perseguições e apela à intervenção de organizações de direitos humanos nacionais e internacionais. Esta situação ocorre num contexto em que os professores têm liderado manifestações e paralisações para exigir o pagamento de salários e horas extraordinárias em atraso.


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