REVIMO recusa negociar sobre isenção de portagens com Venâncio Mondlane
Maputo, 03 de fevereiro de 2025 – A decisão de Venâncio Mondlane de suspender o pagamento das portagens na Estrada Circular de Maputo gerou um impasse entre automobilistas e a concessionária da via, a Rede Viária de Moçambique (REVIMO). A empresa, por sua vez, descarta qualquer possibilidade de diálogo com o político e considera que a questão deve ser resolvida em âmbito governamental.
Fontes ligadas à administração da REVIMO afirmam que a entidade tem um contrato de concessão com o Estado moçambicano e, por isso, não vê espaço para discutir a isenção das portagens com Mondlane. A concessionária considera que a questão tem uma natureza política e, portanto, deve ser tratada pelas instâncias apropriadas.
“A REVIMO é uma empresa privada e não cabe a nós resolver este problema. Trata-se de uma questão política que deve ser tratada pelos políticos competentes. Não faz sentido negociarmos diretamente com um ator político sobre esta matéria”, afirmou uma fonte da empresa sob anonimato.
Transportadores acusados de fomentar protestos
A situação tem gerado tensão nas principais portagens, especialmente nas de Katembe e Costa do Sol, onde se têm registado tumultos. De acordo com informações apuradas, os transportadores de passageiros, conhecidos como “chapeiros”, estão entre os principais impulsionadores dos protestos, mesmo possuindo tarifas reduzidas.
Atualmente, os “chapeiros” licenciados pagam uma taxa especial de apenas 10 meticais por viagem, significativamente inferior aos 40 meticais cobrados aos condutores de veículos ligeiros. A REVIMO alega que houve negociações prévias com os transportadores antes da retoma das cobranças e, por isso, não compreende a motivação dos protestos.
Enquanto o impasse persiste, o tráfego nas vias de acesso ao centro de Maputo continua afetado, aumentando a pressão para uma solução que ponha fim ao caos instalado.