Fitch alerta para incertezas sobre continuidade das forças ruandesas em Cabo Delgado
A agência de notação financeira Fitch Ratings apontou "incertezas" sobre a permanência das forças ruandesas em Cabo Delgado, destacando que o financiamento da União Europeia (UE) pode ser afetado por controvérsias políticas.
Financiamento da UE em risco
Segundo uma análise da Fitch, consultada pela Lusa, o apoio europeu ao contingente militar ruandês que combate o terrorismo em Moçambique pode ser revisto. A agência recorda que a UE impôs recentemente restrições a membros da Força de Defesa de Ruanda devido ao seu suposto envolvimento no conflito armado na República Democrática do Congo (RDC).
“A nossa suposição de que uma força ruandesa, em vigor desde 2021, continuará a dar suporte à segurança na área ao redor do desenvolvimento está sujeita a incertezas”, alerta a Fitch.
Segurança e futuro do GNL da TotalEnergies
A Fitch também sublinha que a situação de segurança na província continua frágil e que isso pode condicionar a retoma do megaprojeto de Gás Natural Liquefeito (GNL) da TotalEnergies, suspenso há quatro anos devido aos ataques terroristas.
Desde 2021, mais de dois mil militares do Ruanda atuam na região, protegendo a área onde a TotalEnergies pretende desenvolver o projeto de exploração de gás, num acordo estabelecido entre os governos de Moçambique e Ruanda.
No entanto, com as recentes tensões políticas entre a UE e Ruanda, a continuidade desta força militar pode estar em risco, o que pode ter impacto direto na segurança da região e nos investimentos internacionais.